Itapetininga está entre 89 cidades paulistas com risco de inundações, enchentes e deslizamentos de terra. Um levantamento do governo federal apontou as cidades brasileiras ameaçadas pelos desastres climáticos. Os números constam de nota técnica elaborada pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, órgão vinculado à Casa Civil. Eles se baseiam na base de dados do Atlas de Desastre e Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que compilou eventos entre 1991 e 2022.
No Brasil, o levantamento federal apontou que 1.942 municípios contam com as áreas de risco recorrente para desastres climáticos. Atualmente, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) conta com equipamentos de monitoramento de chuvas em 1.133 municípios brasileiros. A previsão é de que eles sejam instalados nas 1.942 cidades listadas até o fim de 2027. Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo.
Entre os critérios estabelecidos, o estudo indica que a cidade listada não envolve diretamente toda a população em risco, mas a partir de uma ou mais áreas com algum grau de risco para desastres ligados ao clima. No período de 1991 a 2022, essas cidades registraram 3.890 mortes em 16.241 desastres, o que deixou 7,9 milhões de desabrigados/desalojados.
Chuvas
No relatório elaborado em 2023, pela Comissão Municipal de Defesa Civil, foram apontadas a “existência de risco em de 10 áreas do município, sendo duas para escorregamentos (deslizamentos) e oito para inundações”. São citados bairros que possuem ruas com grau muito alto de risco: Central Parque 4L, Vila Santa Isabel, Vila Santana e Vila Arruda. Já os bairros com vias consideradas com alto grau envolvem: Vila Nova, Jardim Fogaça, Vila Barth, Vila Nastri. Além disso, como área de risco deslizamento apresentada foi a Avenida Salvador de Oliveira Leme, na Vila Nova Itapetininga.
As chuvas intensas, no início do ano, em 2 de fevereiro, causaram alagamentos e inundações de casas na Vila Sotemo. No dia 10 de março de 2023, ocorreu alagamentos e inundação de casas na cidade, após 31,5 mm de chuvas, conforme o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro). Em ambas as chuvas, as avenidas principais ficaram alagadas, como a Cyro Albuquerque.
Em 8 janeiro de 2021, diversos moradores sofreram com enchentes na Vila Olho D´Água. Na avenida Padre Antônio Brunetti, a chuva forte se tornou uma enxurrada assuntando os moradores e dificultando a trânsito. Com altura de quase 1 metro, o trecho ao lado da via férrea na Vila Vendramini ficou totalmente alagado.
Quem paga a conta?
O impacto negativo dos eventos extremos relacionados às mudanças climáticas e dos crimes ambientais recai, principalmente, sobre as populações empobrecidas. Um estudo do Instituto Pólis realizado, em 2022, nas cidades paulistas mostrou que as pessoas de baixa renda e negras são as mais afetadas pelos desastres e crimes ambientais no país. Sua vulnerabilidade leva a habitar áreas de risco, com nenhuma ou reduzida infraestrutura e serviços ambientais básicos.
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