Em 2014, os agentes de segurança penitenciária iniciaram um movimento grevista no Estado de São Paulo em 10 de março de 2014 e se encerrou em 26 de março de 2014, reivindicando diversos direitos e em 2015 a greve iniciou-se em 20 de julho, reivindicando mais segurança, por conta do atentado contra dois agentes prisionais, nos dias 9 e 16 de julho do referido ano, em que um deles não resistiu ao disparo e faleceu, o movimento também reivindicou pelo cumprimento das promessas feitas na greve de 2014, que não foram cumpridas, como o reajuste salarial e a criação do Bônus de Resultado Penitenciário. A greve foi legítima, no entanto, o Estado exige que os Policiais Penais se sacrifiquem e abdiquem de seus direitos garantidos pela Carta Magna.
A paralisação foi um ato extremo, vista ao descaso dos governantes com os profissionais de Segurança Penitenciária que, por vezes sujeitam-se a jornadas extenuantes em um ambiente insalubre e sem condições de segurança para exercer suas funções, falta de valorização profissional, arrocho salarial sem que haja qualquer tipo de diálogo.
O Projeto de Lei 1226/2019 visa corrigir essas injustiças e reparar o dano causado aos servidores do Estado de São Paulo processados Penal e Administrativamente e punidos com rigor máximo, tendo ainda suas penalidades majoradas pelo então secretário de administração penitenciária na época. As penalidades trouxeram consequências nefastas aos servidores punidos, sequelas psicológicas, muitos fazem tratamentos psiquiátricos e dependem de medicação controlada, famílias arruinadas pelo fato de alguns terem sido demitidos e consequentemente perderam seu trabalho de onde proviam o sustento da família, servidores prestes a se aposentar foram demitidos, servidores que se aposentaram e tiveram suas aposentadorias cassadas.
Vale ainda lembrar que a greve ocorreu anterior à decisão do STF que proibiu o direito de greve em tema de repercussão geral julgado em 05/04/2017.
Finalizamos essa matéria com as nossas condolências aos familiares do Jônatas Batista, demitido em 2021 em virtude dessa considerada pela família perseguição política por aderir e ter participação direta na articulação da greve de 2014. O mesmo tinha curso de técnico em enfermagem e devido à demissão buscou emprego em meio ao auge da COVID 19 no hospital regional de Sorocaba começou a trabalhar, mas devido a todo ocorrido os traumas recentes, contraiu COVID e faleceu 3 meses após a sua demissão deixando esposa e filhos torcemos para que essa família seja honrada e consiga encontrar justiça.
Uma situação inimaginável para a sociedade civil, perseguição muito comum dentro dos estabelecimentos públicos, espero e desejo sorte a estes desta categoria da segurança pública
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